quarta-feira, 14 de março de 2012

EM DISCURSO DURÍSSIMO, DANIEL ALMEIDA COLOCA O DEDO NA FERIDA – E COBRA DILMA




O deputado Daniel Almeida (PCdoB) ocupou parte do grande expediente, ontem, na Câmara, para cobrar da presidente Dilma Rousseff o mesmo tratamento que ela obteve na Bahia nas urnas. A cobrança ocorre após as perdas de ministérios e da presidência da Petrobras.
Daniel, dentre outras cobranças, lembra que a Bahia tornou-se, por esses dias, o estado do “já teve”. Já teve a direção-geral da Agência Nacional de Petróleo, já teve a presidência da Petrobras e já teve os ministérios das Cidades e do Desenvolvimento Agrário e o líder do governo na Câmara, que é baiano mas foi eleito por São Paulo. Não tem mais. Além disso, citou Dnocs, Sudene, Chesf, Banco do Nordeste e Codevasf – órgãos presentes na Bahia, mas sem nenhum baiano na direção.
Ressaltando que não enxerga na presidente Dilma a ingratidão, o parlamentar comunista disse não entender “o motivo de um tratamento que não corresponde à dimensão que o nosso Estado tem e a própria vitória que a Presidenta Dilma alcançou no meu querido Estado da Bahia”.
Almeida também elencou uma série de demandas baianas que poderiam ser atendidas pela presidente (como construção e ampliação de aeroportos, recursos para os portos e ações de combate à seca) e citou, especificamente, o que comprovaria tratamento desigual oferecido ao estado.
- Temos uma situação esdrúxula. Juazeiro e Petrolina são cidades irmãs,  uma fica em Pernambuco, outra, na Bahia, divididas pelo Rio São Francisco, com 240 mil habitantes de um lado e 200 mil habitantes do outro lado do rio. Lá (em Petrolina), o programa Minha Casa Minha Vida tem valores diferentes: em Pernambuco, 56 mil reais; na Bahia, 50 mil reais, numa realidade idêntica. Lá, a mão de obra, os equipamentos, o material de construção, o valor do terreno, tudo é a mesma coisa. Por que essa diferença?”.

Confira a íntegra do discurso do parlamentar no “leia mais”, abaixo.


O SR. DANIEL ALMEIDA (Bloco/PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na eleição de 2010, a Presidenta Dilma Rousseff obteve na Bahia, que é a quarta população do Brasil, 2.7 milhões de votos a mais do que o segundo colocado. Em termos absolutos, foi a maior vitória, a maior expressão no resultado eleitoral.Nós baianos temos muitos desafios.
Queríamos aqui lembrar à Presidenta Dilma — porque sabemos que S.Exa. não é uma política ingrata — que a Bahia tem demandas que correspondem a sua dimensão. Temos o direito de cobrar recursos para os aeroportos, recursos previstos no Orçamento que não saem. Aonde estão esses recursos? Para o Aeroporto de Conquista, de Barreiras, para a ampliação do Aeroporto de Salvador, recursos para os nossos portos, que demandam modernização, estão todos no PAC. Os recursos não saem. Assim como os recursos para a seca. São tantas as ações e projetos: a adutora de Campo Alegre, outras adutoras, pequenas aguadas… E esses recursos entram no PAC e não são liberados para o nosso Estado da Bahia.
Temos uma situação esdrúxula. Juazeiro e Petrolina são cidades irmãs,  uma fica em Pernambuco, outra, na Bahia, divididas pelo Rio São Francisco, com 240 mil habitantes de um lado e 200 mil habitantes do outro lado do rio. Lá, o programa Minha Casa Minha Vida tem valores diferentes: em Pernambuco, 56 mil reais; na Bahia, 50 mil reais, numa realidade idêntica. Lá, a mão de obra, os equipamentos, o material de construção, o valor do terreno, tudo é a mesma coisa. Por que essa diferença?
Nós baianos não entendemos o motivo de um tratamento que não corresponde à dimensão que o nosso Estado tem e a própria vitória que a Presidenta Dilma alcançou no meu querido Estado da Bahia.
Sr. Presidente, em novembro, a Bahia tinha o Diretor-Geral da Agência Nacional de Petróleo, não tem mais; tinha o Presidente da PETROBRAS, não tem mais; tinha o Ministro das Cidades, também não tem mais o Ministro das Cidades; tinha o Ministro do Desenvolvimento Agrário, também não tem mais o Ministro do Desenvolvimento Agrário. O Líder do Governo na Câmara dos Deputados faz política em São Paulo, mas é um baiano com relações com a Bahia. O meu companheiro Vaccarezza também já não é mais Líder do Governo.
Temos, na Bahia, cinco órgãos nordestinos: o DNOCS, a SUDENE, a CHESF, o Banco do Nordeste e a CODEVASF. Em nenhum deles tem gente da Bahia na direção.
Presidenta Dilma Rousseff, vamos olhar para os baianos, que têm carinho, apreço, confiança, gostam de V.Exa., acreditam que V.Exa. estará atenta para mudar essa situação. Nós acreditamos em V.Exa. Presidenta Dilma Rousseff.
Vamos dar à Bahia o que a Bahia merece.




Nenhum comentário: